PITA FOGO BARRETOS

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sábado, 30 de outubro de 2010

PARTE 2: Tirada a algema, o sangue jorrou

O corpo de Maria Aparecida Conceição foi conduzido até a Cadeia de Itambé (atualmente Ibitu) – onde hoje há um poço artesiano – sendo colocado numa mesa à espera da autoridade policial de Barretos.

-- Na sala onde o corpo ficou, pingava sangue vivo, formando uma poça que nunca secou. Muita gente não acredita, mas mesmo passado algum tempo, quando lavavam o piso da Cadeia, saía sangue vivo...., contou Abília Neves Paixão, a Doca, entrevistada aos 65 anos. Ela lembrou que na época do crime tinha 17 anos e foi uma das pessoas que encontraram o cadáver.

O corpo foi trasladado para Barretos num caminhão. Na capela do cemitério municipal, ficou à espera do legista. Muitos curiosos se aglomeravam para ver o cadáver.

O então funcionário municipal Sebastião Ferreira da Silva lembrou que o sangue continuava a pingar do corpo da jovem, sem talhar. Segundo ele, quando o médico chegou, não quis retirar a faca que ainda estava cravada no cadáver, pedindo que o assassino fosse trazido para efetuar tal operação.

-- Quando tiraram a algema de um dos pulsos do criminoso, o sangue jorrou do corpo da moça...., contou Sebastião Ferreira da Silva.

-- Ele deu a volta em torno da pedra e, de cabeça baixa, puxou a faca. O sangue correu na lâmina. Então, o delegado mandou retirá-lo rapidamente do local...., contou.

O ex-funcionário municipal recordou que Maria Aparecida foi enterrada com vestido branco, num caixão também branco. Um fato impressionou profundamente Sebastião Ferreira da Silva:

-- Quando peguei a morta para colocá-la no caixão, ela abriu os olhos e a boca. Parecia que queria dizer alguma coisa. Então eu disse: “pode falar”. Mas a moça não disse nada. Porém. Sua expressão me marcou para sempre.


2ª parte de reportagem publicada originalmente no Jornal O Diário, edição de 10 de março de 1991, sob o título “Maria Aparecida Conceição, a santinha de Itambé”.

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