PITA FOGO BARRETOS

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sábado, 16 de outubro de 2010

Beijinho e Negrão fizeram sucesso na capital

Pouca gente sabe que a afamada dupla barretense Zé Beijinho e Benedicto Adão esteve nos anos 30 em São Paulo, revelando aos paulistanos as belezas até então ignoradas da música cabocla brasileira. Lá na capital, a dupla cantou no rádio, nas redações de jornais e chegou a gravar discos.

Agradou tanto, que o “Diário Nacional” do dia 19 de janeiro de 1930, publicou uma crônica a propósito dessas apresentações. José Alves de Souza, o “Beijinho”, e Benedicto Adão, o “Negrão”, eram cantadores do sertão que Cornélio Pires descobriu em Barretos, destacava o jornal. E eles cantaram em São Paulo, numa alusão a encalhada produção de café paulista:

“Quagi todos os fazendêro

Andava de Chevrolé;

Já estão andando a cavalo

Com a baxa do café”.

Entre tantos outros pedidos, lascaram “Os canaro”:

“Moço e moça quando casa

Sempre casa de má fé

Os trabaio vão chegando

A botina aperta nos pé”.

E pelo que consta, a dupla agradou aos ouvidos da época. Tanto, que ousaram cantar um verso muito erótico para aqueles tempos:

"Eu fui nascido em Barretos,

Criado em Araraquara,

Moça que está doente,

Chupando meu beiço sara!...."



Publicado originalmente no Jornal O Diário de Barretos, edição de 10 de julho de 1988.




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