PITA FOGO BARRETOS

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CAPITULO 3 – Dizem que o rapaz não tinha o “aparelho”

Zé Gonçalves mostrou duas cruzes, uma ao lado da outra, nas terras de Maria Neves. E contou uma tragédia dos tempos que ainda era menino

-- Um casal de namorados se suicidou neste local. O rapaz e a moça se amavam muito. Ele era sírio e ela filha de uma família daqui, que eu não lembro o nome. Foram encontrados mortos. Haviam se matado. Os dois estavam atados pelas mãos com uma gravata, num sinal de união. Parece que o moço deu um tiro no ouvido da moça e depois disparou contra sua própria cabeça. A história deu muito que falar. A vila ficou alvoroçada. Dizem que o rapaz não tinha o “aparelho”. Era inutilizado. Por isso, fizeram um pacto de morte.

A propriedade de Zé Gonçalves atinge cerca de dois quarteirões.

-- “Aqui eu tenho um pouquinho de tudo. Planto café, milho, arroz, laranja e mandioca. Quando preciso de uns cobres, vendo pros marreteiros.

Na chácara Gonçalves, a criação de porcos é destinada somente para o gasto. Há bastante galinha espalhada pelo terreiro. Não tem gado. Contudo, um animal é considerado de primeira linha:

-- Tenho uma mula que é um colosso. Seu nome é Campinas.



Terceira parte de texto publicado originalmente no Jornal O Diário de Barretos, edição de 27 de janeiro de 1991, sob o título: “Zé Gonçalves, um xerife no Ibitu”

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