PITA FOGO BARRETOS

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sábado, 30 de outubro de 2010

PARTE 1: Maria Aparecida Conceição, a santinha do Ibitu

Um homem entrou na venda de José Neves, no Itambé, às 20 horas, daquele 10 de março de 1942. Tinha a roupa manchada de sangue.

-- Cometi uma arte e quero me entregar.... – disse.

-- Mas que arte você fez?

-- Vá você mesmo ver, perto de um pequeno córrego próximo da vila, pouco acima do arrozal. Lá está o que fiz.

Eduardo Borsato, o subdelegado de Itambé, o farmacêutico Reinaldo Pereira e Pascola Beraldi foram ao local indicado. Chegando, viram muita gente cercando o corpo de uma jovem de 16 anos. Foi morta com um tiro e várias facadas. A faca ainda estava cravada do lado direito. A mãe da jovem, Josefa da Conceição, gritava:

-- O assassino é o Antonio!....

Antes de matar a moça, Antonio Pires Cordeiro a encontrou a caminho junto com a sua irmã Isaura Santana, de 13 anos. A família havia se mudado para a vila e as jovens iam buscar as galinhas que já estavam no puleiro quando escureceu.

-- Então você não quer casar comigo, está me tapeando há muito tempo, -- disse ameaçador aquele lavrador, baiano de Juciabi, de 32 anos.

Não ouviu a resposta abafada da moça, dizendo “sim”. Ele a derrubou e lhe deu um tiro e as facadas.

Para escapar, a irmã da vítima refugiou-se num brejo, atolando no meio das taboas.


 
1ª parte de reportagem publicada originalmente no Jornal O Diário, edição de 10 de março de 1991, com o título "Maria Aparecida Conceição, a santinha de Itambé".

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