PITA FOGO BARRETOS

PITA FOGO BARRETOS

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A péssima fama de Barretos se confirma

Barretos, no passado, tinha fama de ser uma cidade de valentões, onde a violência imperava. Muitos “causos” se contam sobre aquela época. Lembremos um deles.
Alcebíades Menezes estudava em São Paulo por volta de 1917. Numa roda de conversa, um estudante de Direito reparou no sotaque e no modo de falar do barretense. Então, perguntou:
-- “De que cidade mineira você é?”
-- "Sou paulista! Sou de Barretos!”
Imediatamente a resposta de Alcebíades Menezes, o bacharelando retrucou:
-- “Cruzes! Você é daquela terra de bandidos? Quantos você já matou???”
Alcebíades Menezes, barretense bairrista, apaixonado pela sua terra, procurou defender a cidade. Mas não havia argumento que convencesse o futuro bacharel. Sem nenhuma cerimônia, ele dizia coisas horríveis de Barretos e a sua gente.
Durante a discussão, Alcebíades Menezes já estava perdendo a paciência com o debatedor, quando um garoto que vendia jornais passou por perto e gritou bem alto:
-- “Óiaaaaaaa o Estadinhooooooooo!... O crime de Barretossssssssss!”...
Alcebíades Menezes comprou o jornal. A publicação trazia com muitos detalhes a notícia do assassinato do advogado Francisco Itagiba. A vítima havia sido covardemente baleada no seu gabinete de trabalho através de uma janela que dava para a Praça Francisco Barreto.
Diante a notícia, o acadêmico falava com ares de vitória
-- “Eu não disse! Eu não disse que esse Barretos é o fim do mundo!?!”
Murcho, angustiado pela derrota, Alcebíades Menezes não teve alternativa senão voltar para o seu quarto de pensão. Muito sentido com a situação percebeu que a péssima fama de Barretos se confirmava.
Rua 18 em 1917 é uma das fotos antigas do acervo do Museu Ruy Menezes

Publicado no jornal Documento Diário, edição de 27 de fevereiro de 1993.

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