PITA FOGO BARRETOS

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sábado, 6 de novembro de 2010

A praga do padre

Um terrível “furacão” atingiu o município de Barretos, tendo como alvo a próspera vila de Itambé (hoje, Ibitu), deixando-a um montão de ruínas. A tragédia aconteceu no dia 26 de setembro de 1926, por volta das 20 horas. Foram registrados apenas ferimentos leves em alguns moradores, apesar do vendaval acompanhado de descargas elétricas e granizo, deixar o vilarejo semi-destruído. Cessada a intempérie, da Igreja nova restavam em pé apenas a fachada e a parede dos fundos.
Até a pouco tempo, ao lado da via principal do Distrito, junto ao muro da atual escola, estava fincado o que restou da cruz da igreja derrubada. Hoje não há mais indícios da cruz. Nada sobrou.
Os jornais paulistas da época noticiaram o fato com alarde. As vítimas foram socorridas pela Cruz Vermelha Brasileira e por campanhas de várias cidades da vizinhança. Os barretenses também foram mobilizados para ajudar os flagelados. Avaliados os danos, a origem do “furacão” provocou controvérsias. Uns atribuíram a continuação de um ciclone que teria passado pela Flórida, EUA, atravessando o Equador e caído sobre a cidade de Encarnación, no Paraguai. O Observatório Astronômico de São Paulo não conseguiu dar explicações convincentes aos especuladores do vendaval.
Para os velhos itambéenses, o “furacão” foi a conseqüência, a realização de uma praga. Contam que por volta de 1906, estiveram em Itambé, em missão religiosa, dois padres capuchinhos, que se hospedaram na única pensão existente no lugar e que pertencia a Pedro Pereira da Silva, mais conhecido por Pedro Sant’Ana. Este Sant’Ana era um incorrigível brincalhão e não quis perder a oportunidade de fazer uma das suas com os padres. Estando estes de animais arreados para sair da povoação, ele e mais um companheiro arranjaram uns sabugos de milho e uns pedaços de fumo de corda, e meteram tudo isso sob os arreios. Quando um dos padres galgou a sela, o macho, castigado pela dor, saiu aos pinotes, atirando ao chão o bisonho cavaleiro. Descoberta a troça, furiosíssimo, o sacerdote atirou sobre o povoado uma terrível praga, que nunca foi esquecida.
Quando do “furacão” de 1926, arrasando impiedosamente a vila, grande parte dos habitantes de Itambé, atribuíram a causa a maldição do padre, que teria dito entre outras coisas, que o vilarejo nunca conheceria o progresso. Hoje, no Ibitu, tem gente que não gosta de ouvir ou tocar no assunto. Dizem que tal fato é bobagem. O distrito está se desenvolvendo...


Publicado originalmente no Jornal O Diário, edição de 19 de junho de 1988.

2 comentários:

  1. E pai será q pega emsmo essa praga? OLha só passei aqui pra depois vs dar uma olhadinha no meu blog ok bj

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  2. Meu pai falava que nos anos 50 o ibitu era demais

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