Pouca gente sabe que a afamada dupla barretense Zé Beijinho e Benedicto Adão esteve nos anos 30 em São Paulo, revelando aos paulistanos as belezas até então ignoradas da música cabocla brasileira. Lá na capital, a dupla cantou no rádio, nas redações de jornais e chegou a gravar discos.
Agradou tanto, que o “Diário Nacional” do dia 19 de janeiro de 1930, publicou uma crônica a propósito dessas apresentações. José Alves de Souza, o “Beijinho”, e Benedicto Adão, o “Negrão”, eram cantadores do sertão que Cornélio Pires descobriu em Barretos, destacava o jornal. E eles cantaram em São Paulo, numa alusão a encalhada produção de café paulista:
“Quagi todos os fazendêro
Andava de Chevrolé;
Já estão andando a cavalo
Com a baxa do café”.
Entre tantos outros pedidos, lascaram “Os canaro”:
“Moço e moça quando casa
Sempre casa de má fé
Os trabaio vão chegando
A botina aperta nos pé”.
E pelo que consta, a dupla agradou aos ouvidos da época. Tanto, que ousaram cantar um verso muito erótico para aqueles tempos:
"Eu fui nascido em Barretos,
Criado em Araraquara,
Moça que está doente,
Chupando meu beiço sara!...."
"Eu fui nascido em Barretos,
Criado em Araraquara,
Moça que está doente,
Chupando meu beiço sara!...."
Publicado originalmente no Jornal O Diário de Barretos, edição de 10 de julho de 1988.
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